Michael Jackson: o cubo mágico

O Jornal público dedicou um artigo a Michael Jackson por altura do lançamento do filme 'This is It'.

Excerto:

Michael Jackson foi um pequeno querubim negro que viveu na era Motown, capaz de invocar sentimentos e gestos de adultos através do corpo de uma criança. Foi um fantástico e tímido rapaz-prodígio de graciosidade e delicadeza raras, bailarino extraordinário capaz de nos olhar com toda a doçura, ao mesmo tempo que se agarrava ferozmente às rédeas da criação da sua própria era. Foi um fulgurante jovem rei sem tempo, cor nem sexo, de rosto cinzelado como um ícone, sorriso encantador e voz de soprano cristalino, capaz de levar milhões à histeria, homens e mulheres a cair em lágrimas por apenas lhe tocar.

Michael Jackson foi um poderosíssimo mas frágil recluso, de identidade mutante, com os braços cheios de prémios, a esconder-se sob holofotes e uma muralha de excentricidades. Foi um talento super-humano, ou seja, mais humano, idiossincrático e vulnerável do que o permitido. Foi um ser acossado por fantasmas, ridicularizado, preso entre a ambiguidade das quatro paredes de vidro da fama, a tentar espreitar lá para fora, enquanto o mundo inteiro colava o nariz à montra a tentar ver lá para dentro. Foi um mito em perda tornado freak show, a imagem cada vez mais distorcida que nos era devolvida por um espelho cada vez mais estilhaçado.

Michael Jackson foi uma patética máscara de alienação, dor e morte. E quando, por fim, uma inabalável multidão de fãs esperava vê-lo renascer das cinzas e o resto do mundo se preparava para abrandar o carro e torcer o pescoço a assistir de passagem ao pior acidente rodoviário de sempre, voltou a desaparecer pela porta dos fundos.

Veja neste site o artigo na íntegra e comente: http://ipsilon.publico.pt/musica/texto.aspx?id=243889

Delfim Miranda, fundador do Clube de Fãs do Michael Jackson deixou o seguinte comentário:

O nosso Michael

Obrigado Vanessa pelo artigo. Sim, Michael não foi de todos... nós os fãs de Michael Jackson sinceramente achamos que ele foi o "nosso" Michael. Apesar da incrível máquina publicitária que vivia por trás e às custas de Michael Jackson, nós, os fãs, sempre soubemos ver e ouvir para além disso e também para além das críticas, tabloides, acusações e falsos jornalismos.

Michael Jackson é sinónimo sem dúvida de Génio artístico e quem não o souber reconhecer pura e simplesmente teima em ignorar a realidade músical em que as nossas gerações viveram. Ele cresceu no entretenimento, foi criado no palco, é uma dádiva celestial que inspirou milhares de pessoas em todo o mundo e mudou para sempre a maneira de fazer música, a maneira de a promover e de a apresentar em público. Ultrapassou barreiras, inovou na sonoridade, na dança, no vídeo e no espectáculo. O seu legado viverá para sempre não só na obra que deixou mas também na inspiração de tantos outros artistas que por ele foram influenciados.

Esclarecimentos adicionais:
1- Michael não se partiu em cacos. Era um ser humano como todos nós por trás do super-génio-artista. Como todos nós temos, momentos altos e baixos, quando outros nos afectam a nossa vida pessoal. Os inúmeros ataques à sua vida pessoal e problemas de saúde afectaram, no entanto ele queria regressar ao palco. As condicionantes que o não permitiram e o levaram à morte ainda estão longe de estar justificadas.

2- As acusações de pedofilia que refere o leitor "NH" estão muito bem fora do artigo. Qualquer pessoa pode ser acusada seja do que for. Michael Jackson foi ilibado de todas as acusações. Já não basta todos os anos de massacre que Michael esteve sujeito com acusações sem fundamento, não queiram agora metê-las no seu curriculo quando se fala do artista e da obra.